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sábado, 7 de abril de 2012

Pão e circo da política interiorana


É impressionante como a História nos ensina a compreender o presente, o que é o mundo, suas relações e suas instituições. Perde muito quem deixa de olhar para o passado, não com saudosismo ou lamento, mas com sentidos atentos ao que ele nos ensina. Praticamente tudo que a humanidade vive é apenas fruto do amadurecimento e evolução de ideias, métodos e arranjos sociais.

A política, cujo berço é a Roma antiga, dá-nos muitas lições. Por exemplo, o primeiro imperador romano Caio Júlio César Otaviano ou Caio César, subiu ao poder através de manobras e alianças ousadas no primeiro sécula AC. Um dos aspectos de seu governo, a fim de continuar controlando sem maiores problemas, foi a política do panem et circenses ou pão e circo, em latim. A classe plebeia da época era calada com as diversões oferecidas nas arenas, como o Coliseu. Gladiadores lutavam entre si até a morte, lutavam contra feras a fim de divertirem as massas que recebiam pão ao entrarem nos estádios.

É claro que essa política era cara, assim como as campanhas eleitorais são hoje. Mas o imperador resolveu o problema simplesmente por elevar os impostos entre outras medidas que sufocaram a economia. Nada novo. Os custos de campanhas são custeados pelo povo hoje em dia também. Milhões que são gastos em campanhas são retirados da merenda escolar, dos medicamentos e serviços hospitalares, das obras superfaturadas e feitas com carta marcadas por empresas de laranjas, como mostra repetidamente a imprensa.

O que mudou foram simplesmente alguns aspectos. Os telões, festas patrocinadas pelo Ministério do Turismo, e empregos sob contratos temporários são os novos circos e novos pães. Enquanto o povo se diverte esquece seus problemas, são ludibriados pelos Césares da vida política pernambucana e nacional.

Não é de se admirar que 23% dos eleitores pesquisados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em todas as regiões do país em 2010, não lembram em quem votaram. Outras pesuisas mostram números que chegam a 40%. É a aminésia tão oportuna causada pela política, pela diversão e pela compra de votos. Que comece o espetáculo 2012...

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